É possível investir em automação e gerar empregos?
- luiseduleonel1
- 9 de jan.
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A automação está transformando cada vez mais as etapas de produção e os modelos de negócio de empresas de diferentes segmentos. Ao mesmo tempo em que essa tendência garante escalabilidade para as operações e reduz o risco de acidentes de trabalho, gera incertezas em relação à geração de empregos e à realocação de funcionários. Segundo relatório do Fórum Econômico Mundial, para o período de 2020 a 2025, estima-se que 85 milhões de pessoas serão substituídas por máquinas em todo o mundo industrializado. A boa notícia é que esse mesmo relatório aponta que 97 milhões de empregos serão criados para especialistas em áreas de gestão de dados e dos próprios robôs em funcionamento.
A implementação gradual da digitalização no processo industrial engloba desde as cadeias de matéria prima, fornecimento, logística e suprimento até as etapas de produção e distribuição do produto. Com o uso de tecnologias de ponta, é possível gerar dados e insights valiosos para o negócio e trazer maior previsibilidade para as atividades em geral, transformando as fábricas em ambientes mais inteligentes.
Apesar de a automação gerar benefícios, à medida que ela é implementada, há uma redução na necessidade de intervenção humana na execução de tarefas e na tomada de decisões. Consequentemente, percebe-se uma diminuição no número de postos de trabalho. Por isso, é fundamental que as empresas invistam na capacitação de seus funcionários, para que eles consigam acompanhar as novas demandas e ocupem outras funções com base nos conhecimentos adquiridos.
Nos últimos anos, a automação de processos industriais e operacionais começou a encontrar viabilidade no Brasil. Esse movimento foi corroborado por estudos que apontam que o custo da mão de obra aumentou, ao passo que o custo dos equipamentos diminuiu. Com o passar do tempo, a digitalização das indústrias deixou de ser um diferencial e se tornou uma condição de sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo.
Automação na área de supply chain
Historicamente, a área de supply chain é uma das que mais dependem das pessoas da empresa e, consequentemente, uma das que estão sendo mais afetadas pela automação. Um artigo recente da McKinsey (Future-proofing the supply chain) aponta que a estrutura da supply chain digital do futuro é extremamente enxuta, com poucas pessoas capacitadas para cuidar de uma cadeia muito mais digitalizada, com maior visibilidade e uma quantidade de informações exponencial.
De maneira geral, a automação vai permitir que os funcionários trabalhem de forma mais eficaz e direcionem seu foco para atividades com maior valor agregado. Ou seja, as funções tradicionais, que demandam tarefas manuais e repetitivas, serão substituídas pelo monitoramento, coleta e análise de dados gerados pelas máquinas, o que vai exigir um perfil mais inovador e analítico por parte dos colaboradores.
Esse cenário demanda uma grande adaptação das companhias e dos próprios funcionários. Com base nesse contexto, a educação contínua, ou lifelong learning, torna-se um requisito essencial para lidar com as novas exigências do mundo digital. A automação da supply chain está avançando, e cada vez mais empresas estão aderindo às novas tecnologias e buscando alternativas para lidar com os efeitos da digitalização na geração de empregos.
Pessoas fazem a diferença
O uso da tecnologia é inevitável, porque o mercado exige que as empresas ofereçam serviços com mais qualidade e preços competitivos. Por isso, além de prover treinamentos, as companhias precisam ter uma área de gestão de pessoas bastante presente, que invista na realização de avaliações de desempenho e de planos de desenvolvimento individual e garanta a realocação dos funcionários afetados pela automação.



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