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O poder transformador das tecnologias flexíveis no ambiente corporativo.



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O mundo BANI - Brittle (Frágil), Anxious (Ansioso), Nonlinear (Não-linear) e Incomprehensible (Incompreensível), no qual estamos inseridos, trouxe uma série de novos desafios para o ambiente corporativo. Esse cenário transformador levou as empresas a adotar tecnologias cada vez mais flexíveis, que apresentam diversas aplicações. Diante do contexto atual, a flexibilidade tornou-se inevitável e um elemento-chave para as organizações garantirem competitividade nos negócios. 

O conceito de tecnologias flexíveis não é novo e tem origem na manufatura flexível. Nos anos 1970, a indústria começou a perceber que a adoção de uma linha de produção engessada, exclusiva para fazer determinados produtos, não funcionava muito bem, porque o mercado já estava mudando. Consequentemente, não só a produção foi impactada mas toda a cadeia logística, assim como os hábitos de consumo. 


Soluções adaptáveis

Hoje em dia, o uso de tecnologias flexíveis está relacionado à capacidade de ajustar o hardware, o software, as funcionalidades e a maneira como cada um de nós interage. O smartphone é um exemplo clássico de tecnologia flexível, porque ele possibilita uma personalização da interação, assim como os serviços de armazenamento em nuvem, que trazem mais segurança e flexibilidade, principalmente para as empresas em processo de digitalização.

As inovações geram soluções que são mais adaptáveis. O conceito de cadeia de suprimentos “triple-A” (Ágil, Adaptável e Alinhada), por exemplo, criado em 2004 pelo professor Hau Lee, da Universidade de Stanford, já era um reflexo desse cenário. Ou seja, para garantir competitividade empresarial, é preciso tomar decisões rápidas, fazer as adaptações necessárias e alinhar os interesses de negócio dos players da cadeia.

 O supply chain é uma área que possibilita um uso abrangente das tecnologias flexíveis, seja para armazenar produtos, alterar a quantidade de vendas em cada canal, implantar a omnicanalidade ou definir quais modais serão utilizadas. Entre as diversas aplicações dessas tecnologias, é possível citar a redução de custos, a integração da cadeia e o rastreamento dos produtos, que evita perdas e garante que o produto certo chegue na hora certa ao lugar correto - On Time in Full (OTIF).

Nunca o conceito de “modernidade líquida”, criado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman em 1999, esteve tão atual.  Estamos diante de uma realidade que é constantemente desafiada por tecnologias flexíveis que impactam inclusive nossa percepção de realidade, uma vez que são capazes até de imitar personagens e figuras públicas. Seja por meio de aplicativos, IoT (internet das coisas) ou outras aplicações, as tecnologias flexíveis oferecem muitas possibilidades e experimentações, principalmente no contexto corporativo. 

Embora esteja muito presente na cadeia de suprimentos, a flexibilidade ultrapassa as fronteiras da produção e do supply chain. É claro que uma organização pode aplicar ao seu negócio determinadas tecnologias que não são flexíveis, mas ter uma gestão sobre isso acaba tornando o sistema flexível de maneira geral. No final das contas, tudo depende da maneira como você vai utilizar a tecnologia. 


Tomada de decisão baseada em dados

As tecnologias flexíveis estão cada vez mais acessíveis, no entanto é preciso saber aplicá-las de forma eficaz. Como exemplo, empresas podem gerir seus centros de distribuição com um WMS (Sistema de Gerenciamento de Armazém), software com foco na gestão do armazém e suas rotinas operacionais, como receber, armazenar, expedir e fazer inventário dos produtos. Ao combinar o WMS com um TMS (Sistema de Gerenciamento de Transporte), é possível ter uma gestão mais ampla da cadeia logística. Podem ainda serem utilizados softwares de inteligência artificial, atuando acima das operações de um centro de distribuição, criando um simulador digital (digital twin) e ajudando a gerir de forma preditiva a produtividade no armazém e a eficiência dos processos a nível geral e individual.

Ao adicionar uma camada de IA sobre estes softwares operacionais podemos gerar insights valiosos para o negócio, a partir do grande volume de dados que produzem.

 

Mudança de mindset

De acordo com um estudo do Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS publicado no ano passado, o setor de operadores logísticos faturou no Brasil, em 2021, R$ 166 bilhões. Apesar de ser um mercado em expansão, que oferece soluções customizadas e flexíveis, muitas empresas ainda não estão maduras para entender que precisam focar no próprio negócio mas, em paralelo, criar um ecossistema sólido de parcerias. 

As companhias devem mudar o próprio mindset e acompanhar as mudanças, que acontecem em um ritmo cada vez mais acelerado. No final das contas, estamos falando não só de tecnologia mas de filosofia de vida e negócios. Precisaremos nos adaptar em todos os aspectos da vida, uma vez que a flexibilidade é inevitável e inerente ao contexto atual. 

No mundo VUCA e agora BANI, vale a máxima de Darwin - que não é o mais forte que sobrevive nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às transformações. Estamos vivendo um momento histórico importante, marcado pela presença cada vez maior das tecnologias flexíveis, em contextos que eram inimagináveis até os anos 2.000. 

Na área de supply chain, esse cenário transformador, que reduz custos, integra as cadeias e facilita a visibilidade e rastreamento dos produtos, só é possível quando as empresas estão abertas à inovação em todos aspectos. Ao agirem com rapidez, principalmente na busca de melhorias nos processos, as organizações garantem um crescimento contínuo e sustentável. No final das contas, a única certeza que podemos ter hoje é que as mudanças serão cada vez mais exponenciais. 






 
 
 

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